Dirigido por Sophia Takal
Always Shine fala sobre duas amigas, atrizes iniciantes, que já não se falam direito há um tempo e resolvem passar um fim de semana numa casa no campo para reatar os laços. A partir da inveja surge uma tensão forte entre as duas nesse lugar recluso. Mumblecore meets Neo-Noir. Foi dirigido por uma mulher (Sophia Takal) e traz uma pauta feminista super pertinente. Afinal de contas, o que é talento na indústria cinematográfica? Até quando as mulheres vão ser vistas como pedaço de carne? Como isso reflete no íntimo dessas aspirantes a atriz? Sem falar na relação de amizade extremamente tóxica entre as duas protagonistas dando forma ao aspecto suspense. O impacto como ela trata sobre esse tema é muito forte. Não é um filme muito sutil. A trilha sonora causa sempre um estranhamento e um sensação de desconforto. Em uma super harmonia com os planos e os movimentos sem pressa de câmera, com zoom in e zoom out. O filme também possui diversos jump cuts e inserts que dão tom ao clima de thriller. As inspirações nos trabalhos de Brian De Palma e David Lynch são gritantes, isso sem cair para o clichê mas sim para algo inovador e criativo. As duas atrizes estão super bem. Já to virando fã da Mackenzie Davis, ótima em tudo que faz. As cenas em que ela vai crescendo na sua paranóia são muito convincentes, graças a atriz. Aqui as duas mostram nuances incríveis das personagens, ainda mais quando entramos na terceira parte do filme onde os papéis se invertem, ou não. Falta um pouquinho de sal pro filme deslanchar de vez, infelizmente. Quando entramos no final o filme perde o fôlego. Talvez a idéia tenha sido focar mais no drama pessoal. Mas isso destoa um pouco de todo o suspense que o filme vai construindo. Recomendaria pra quem gosta de uma coisa mais independente sem ser tão experimental assim.
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