Dirigido por John Carpenter
Apesar de não ser oficialmente o primeiro slasher, é considerado um chutão que deu início a esse movimento. John Carpenter, o rei dos reis, construiu uma coisa perfeita se levarmos em consideração a época e o baixo orçamento. O filme é extremamente eficaz no suspense e acerta na medida a forma como essa história vai acontecendo sem pressa, com calma, e no caminho vai nos brindando com uns planos assustadores até pra hoje em dia com Michael Myers na espreita. A figura dele por si só já é bizarra (na minha opinião, o vilão oitentista do horror mais assustador). Mas a forma como Carpenter opta por mostrá-lo sempre no fundo dos planos, sem dar um close nem nada, nos fazendo caçar a máscara branca e deixando os detalhes dela mais pra a frente, quando o bicho pega mesmo, é que mostra o tanto que ele era criativo e por isso merece o título que possui. A trilha sonora, composta também pelo diretor, tem um papel quase protagonista nesse filme (assim como em quase todos os filmes da sua filmografia). Os temas com as notas repetitivas ajudam muito a construir a tensão e fizeram (assim como em Jurassic Park, por exemplo) músicas que se tornaram icônicas. Todas as homenagens que vemos, aos montes hoje em dia, aos anos 80 devem muito a John Carpenter. Tanto nas suas trilhas sonoras com sintetizadores como na direção de “guerrilha” que ele possui. Esse filme conta com momentos brilhantes que usam sombra e luz super a favor do climão. A cena do armário continua linda de se ver. É claro que o filme tem umas forçadas de barra se formos considerar os tempos atuais. Mas é aquilo que eu digo. Esse tipo de terror antigo pede que se entre naquele universo, naquela época, que era muito mais inocente. Afinal, clichês só são clichês porque passaram a utilizar tais recursos o tempo todo, e só passaram a usar esses recursos sempre pois eles funcionavam em algum momento, eram inovadores em algum ponto da história. Sem contar que filmes de terror que louvamos hoje em dia bebem MUITO de Halloweens da vida. Então quando entendemos tudo isso, a experiência de assistir um clássico desses se torna deliciosa.Não é meu preferido do gênio mas sem dúvidas que é um marco na história do cinema e tem que ser visto e revisto e revisto e revisto de novo.
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