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🇺🇸 Halloween (2018) 🌕🌕🌕🌕🌗

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Dirigido por David Gordon Green


Finalmente. Um dos mais esperados - por mim - do ano. Já entrei no cinema todo me tremendo de empolgação, e um pouco de medo de quebrar a cara. Isso não aconteceu, ainda bem. Acho que a análise desse filme deve sim ser feita levando muito em consideração que é uma continuação e não um filme isolado. Como filme isolado funciona sem trazer nada novo. Como continuação também não traz nada novo, mas se integra em um projeto que começou 40 anos atrás. Sim, é necessário assistir pelo menos o primeiro filme. Se entendemos isso, já é meio caminho andado.  Esse é um filme basicamente feito para os fãs. Com muito amor, por mais bobo que isso soe. Não que quem não conheça muito bem o filme de 78 não vá gostar. Só que o alvo não é essa galera. Conseguiram entregar um filme que converse diretamente com o público apaixonado pelo primeiro filme (e porque não, pela franquia inteira) e também que dê pitadas de uma roupagem mais moderna. Mas o foco foi manter o clima do final dos anos 70 e não pirar em querer atualizar demais o filme. Convenhamos, a serie Halloween já fez absolutamente tudo. Tentaram inovar a história mil vezes, de tudo que é jeito. NUNCA deu certo. Podemos até gostar de uma ou outra continuação (eu particularmente adoro a parte 6, uma das piores), mas temos de reconhecer que não são bons filmes. Ainda mais se compararmos ao primeiro que é tão simples e direto ao ponto. Vi muita gente reclamando disso nessa continuação direta. Que não ousou, não inovou. Me parece que essas pessoas não sabiam e/ou não entendiam o que estavam pedindo. Já não está mais do que claro que tentar mudar a cara de Halloween não adianta?  Com isso, David Gordon Green (um cara com um dos currículos mais variados de Hollywood) entendeu direitinho o que deveria ser feito e entregou um Halloween digno de continuação. O filme basicamente mostra como Michael Myers vai voltar a atacar (a parte não tão boa do filme), ele atacando, e claro, o confronto final com Laurie Strode (Jamie Lee Curtis). Fim, era isso que a gente precisava e queria. Mais nada. Existem personagens e situações aqui que realmente se perdem. Uma pessoa em especial que simplesmente não deveria existir. Um substituto do médico responsável por Michael Myers, Dr. Loomis, o terceiro personagem mais importante do filme de 1978. Além de uma péssima atuação, a construção desse “novo Loomis” é horrível e tem zero sintonia com o filme em si. O twist que o envolve é vergonhoso. Ainda bem que passa rápido. Serve apenas como um “plot device” para o assassino ir do ponto A ao ponto B. Poderiam ter criado algo mais simples e fácil de ser digerido para o encontro final acontecer. A solução encontrada no começo para “instigarem” o assassino a voltar a matar não convence muito também. Novamente, poderiam ter simplificado. Menos é mais. Aprendi isso na faculdade e aplico a quase tudo na vida.  Mas tirando esses 3 personagens (que por sua vez são “finalizados” de maneiro incrível diga-se de passagem), temos basicamente uma grande homenagem ao clássico filme de John Carpenter. O filme capta perfeitamente o clima pré anos 80 do primeiro, o repete com novos personagens, trazendo o que deu certo e colocando uma nova geração à frente da narrativa e modernizando o que deve ser atualizado. Tenso e criativo, ainda que beba muito da fonte do primeiro. Parece de fato uma continuação direta. O diretor também entrega mil e uma piscadinhas ao original com movimentos de câmera e planos “copiados”, que trocam somente a posição dos personagens. Quem é fã não tem como não surtar quando essas cenas acontecem. O estilo “Carpenteresco” de planos mais completos e abertos e sempre algo importante acontecendo em segundo plano, está presente, muito na primeira parte do filme, quando Michael está na oficina. Genial! Até alguns momentos que remetem ao Halloween (1978) são novamente explorados aqui. Isso tudo mais concentrado no ato final. O confronto final. Cada centímetro do filme tem uma surpresinha para os fãs hardcore. Jamie Lee Curtis destrói tudo com uma atuação incrivelmente complexa e surpreende com a profundidade do personagem. Se no original ela era só uma adolescente bobinha que sofre um trauma, aqui ela é uma mulher extremamente marcada por isso. Palmas. Em contraposição, temos sua neta, que faz exatamente o que ela fez no primeiro filme, mostrando essa troca das gerações. A trilha sonora, novamente feita e modernizada por Carpenter e seu filho, é a outra protagonista do filme. Arrepiei a cada nota que tocava na tela. E em dois momentos entra uma guitarra que eu não sei nem descrever a sensação que causou.  Vemos também um filme muito mais violento do que o primeiro. Há quem possa dizer que não combina com Michael Myers essa violência toda, mas sabemos bem que desde o primeiro filme ele gosta de mostrar suas vítimas e transformar aquilo tudo num “show”. Aqui ele o faz de novo só que dessa vez o público pode ver, passo a passo, dessa chacina. Isso representa um dos elementos de modernização da franquia, já que o que está em alta hoje é essa vibe “torture porn”. A cena em plano sequência em que ele começa o caos é surreal. Nota 1000 para todos os aspectos dessa parte. Enfim, a paixão pela serie Halloween é enorme e, diferente de outros fãs, eu me senti quase completamente satisfeito. Independente de alguns problemas de roteiro, a peteca nunca cai. Chega perto, muito brevemente, mas não cai. Em todos outros aspectos ele acerta. O filme me deixou tenso (durante todo o ato final) e me fez querer aplaudir a cada momento que demostrava toda a devoção e o carinho à um filme e à um diretor que mudou muita coisa no gênero. O trabalho em conjunto com John Carpenter funcionou. Melhor continuação da franquia. Foi lindo. Foi maravilhoso. E quero ver de novo. Muitas vezes! E que venham mais continuações à altura! 



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