Dirigido por Amat Escalante
As vezes me sinto até mal de ver vários filmes seguidos que eu acabo considerando ótimos. Soa como se não tivesse senso crítico. Mas acho que simplesmente sei escolher bem o que vai me agradar. Mais um filmão pra listinha de 2018. Não saberia nem por onde começar a descrever La Región Salvaje, muito menos classificá-lo em algum gênero. O filme mescla muito bem um drama que aponta o dedo para a sociedade mexicana, evidenciando algumas questões como homofobia, misoginia, relacionamentos, e principalmente o sexo, e um terror/sci-fi que fala sobre uma forma de vida alienígena que cai na terra e traz consigo um poder sexual que influencia, positiva e negativamente, todas as espécies. E ele acerta pontualmente nas duas abordagens, sabendo direitinho como correlacionar os temas.Várias cenas se destacam. Tanto alguns momentos sutis que causam repulsa por determinado personagem pela sua homofobia hipócrita, como outras cenas que são inacreditavelmente bem feitas, mostrando a tal criatura fazendo sexo com uma de suas “vítimas”. Também, talvez a melhor cena do filme, mostra como essa forma de vida influência todos os animais. É de cair o queixo. Literalmente. Até agora me perguntando se aquilo era verdade ou CGI. Aliás, os efeitos do “bichão” são nível Hollywood.O filme bebe muito do cinema do David Cronenberg, pela forma que explora a sexualidade, adicionando camadas de horror e nonsense. Também é impossível não lembrar de Possessão, com a Isabelle Adjani e Sam Neill, um clássico absoluto no mundo do terror. A trilha sonora é muito inteligente e sabe conduzir, quando tem que conduzir. As atuações são muito inspiradas e cruas, muito realista. E a direção super segura do que quer fazer. Enfim, não consigo achar um defeito. Nem no passo lento que o filme possui. Se fosse mais ágil, não seria o mesmo filme. Eu adorei e recomendo muito pra quem quer ver um “pós-terror”(?) vindo do México, suave, sem pressa, que toca em temas atuais e com uma carga dramática forte.
PS: E esse cartaz?! Cê pára ow!
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