Dirigido por Julius Avery
Taí um belo filme de terror que mistura gêneros de forma bastante eficaz. Overlord coloca zumbis no meio da Segunda Guerra Mundial, na Alemanha nazista de Hitler. Não tem como não se interessar por assistir isso.
A primeira cena funciona muito bem como um filme de guerra, e dá um banho em alguns exemplares do subgênero que são pretensiosos demais. É super enervante ver o avião dos soldados americanos sendo abatido e eles tendo que pular de paraquedas no meio de uma confusão absurda de tiros e bombas explodindo para tudo que é lado. Dá pra suar um pouco. A partir daí a trama começa a entrar no território do horror aos poucos. O clima vai sendo construindo com muita paciência e detalhamento. Quando percebemos já estamos numa vila perdida no meio da floresta onde experimentos com mortos está sendo feito pelos nazistas. Nessa hora referências como Re-Animator são inevitáveis. Até injeção com líquido colorido tem pra reanimar a galera. Nessa hora entre o sorriso no rosto dos amantes do terror. Os efeitos são excelentes, mesclando maquiagem e efeitos práticos com CGI de qualidade. Funciona o tempo todo e causa nervoso até nos mais vacinados contra gore extremo.
Os problemas que não deixam o filme avançar tanto são as tentativas meio frustradas de causar um tipo de empatia maior pelos personagens, construindo interações e relações forçadas que não convencem nem uma criança. Inclusive tem um menino de seus 5 (?) anos que tem uma importância até grande aqui. O ator mirim até que é bom, mas funcionaria muito melhor em uma comédia com suas reações super caricatas. Incomoda ao mesmo tempo que encanta. É estranho. Mas o saldo final é negativo. Ainda mais na relação que ele desenvolve com um dos soldados que não é lá muito crível. Assim como a mulher francesa que forma um certo par romântico com o protagonista, o que parece novamente fora de lugar. Tirando isso, o desenrolar da história é competente e mostra um caminho satisfatório e fluido, em que a montagem também ajuda bastante. As ótimas cenas de ação mescladas com a vibe sinistra de zumbis e monstros, porque não, funcionou bem.
É um filme B de terror com elementos grandes de filmes de guerra que são bem mesclados, onde um não tira o brilho do outro. Mas no final, a gente fica com uma leve sensação de que dava para ser mais louco e mais brutal. Muita gente viva no final para o que o filme se propôs. Faltou insanidade e zumbis. Em tempo, um dica: Um filmão que também junta os gêneros de terror e guerra e que merece reconhecimento é o sul coreano R-Point, de 2004. Só troque os zumbis por fantasmas no cenário da Guerra do Vietnam e você tem um filme que realmente assusta, arrepia e enche os olhos com horror de primeira linha. Fantasmas de Guerra, no português. Vale a pena!
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