Dirigido por Justin Benson e Aaron Moorhead
Mais um ótimo filme dessa dupla. Pra quem conhece Resolution, o primeiro filme deles, é realmente um prato cheio. Inclusive tem um link direto com esse filme e muito bacana pra esse mini universo que eles criaram. Então recomendo assisti-lo antes. Até porque são mais ou menos a mesma coisa. Porém, The Endless pega Resolution, que era um filme menor, e amplia toda a sua idéia. Então, continua sendo um filme de baixo orçamento só que com mais ambição. Isso pode afetar um pouco o resultado. Principalmente na cena final, que tenta ser épica demais e não sei se funciona muito bem.Mas toda a história sci-fi que eles criaram aqui acontece de forma muito eficiente. Não tentam te explicar como funciona o mecanismo da coisa toda, mas jogam pistas suficientes para você montar a história na sua cabeça. O começo do filme também erra em ser auto explicativo e didático demais. Não precisava mesmo. Mas isso são os 10 primeiros minutos. Depois disso passa. Além do tema do filme ser um dos que mais me agradam no cinema, gostei bastante do estilo que eles trouxeram. Tanto em Resolution ou Spring, segundo filme deles, conseguimos traçar uma tentativa de ser um “kitsch movie” proposital. Quer dizer, se levam a sério sim, e são meio “cheesy” sim. Em termos mais simples, são filmes de ficção/terror indie. Tudo com a intenção de ser. Não só pelas atuações menos inspiradas como o design de produção e principalmente os efeitos especiais. Esses efeitos, visivelmente mais baratos, são devido ao pouco dinheiro que tinham para investir. Só que eles abraçam essa idéia e se apropriam desses efeitos de forma muito sagaz. Podemos até traçar um paralelo com David Lynch, principalmente em Twin Peaks: The Return, onde os efeitos “ruins” (?) fazem parte daquela história. Imagine se olhássemos para o céu e víssemos um CGI mal feito? No cinema vemos com maus olhos, mas se fosse na vida real não seria diferente? Por sabermos que é real e paupável continuaria sendo assustador, certo? Acho que esse pensamento quebra um pouco esse preconceito com efeitos como esse, que são sérios, unidimensionais, bem colocados e pontuais. The Endless entrega isso, pra mim. É uma abordagem bem diferente e ousada, no mínimo. Só quem tá a bordo dessa ideia, vai comprar. Explicando aqui parece estranho e uma tentativa de justificar um filme mal feito. Mas quando assiste-se o filme a gente entende como isso é feito. Não é um Sharknado da vida, que também tem o seu valor (cômico). Esse filme não tem nada de engraçado. Esse é um sci-fi de baixo orçamento, independente, feito com muito amor (isso transparece na tela), e sim, muito criativo. Com os devidos defeitos de lado, já é o suficiente para agradar esse nicho.
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