Dirigido por Nicholas McCarthy
Não sei o que me fez pensar que The Prodigy seria diferente do que é esperado desse tipo de filme. Acho que o trailer me convenceu, ou ao menos me despertou algum tipo de interesse. Ao longo do filme ficava me questionando o que me motivou de fato a ir ao cinema assistir a isso. Mas no fim das contas caí no conto do vigário, essa é a verdade.
A história é boa e remete a alguns clássicos como Brinquedo Assassino e A Profecia. Alguns poucos planos são bem filmados e levemente criativos. O ator mirim (o Georgie de It) faz um bom papel de criança assustadora. Acho que as qualidades param por ai.
Se tivessem pegado essa premissa e botado nas mãos certas, de algum dos vários diretores atuais de terror que realmente tem intenções artísticas e não comerciais, o filme poderia ter sido bom. É um horror enlatado de clichês típico de Hollywood. E acredito que isso não seja surpresa para ninguém. Nem para mim. A proposta do filme é única e exclusivamente atrair adolescentes ao cinema para se divertirem com jump scares extremamente premeditados. Eu não consigo entender porque raios demostrar de todas as maneiras possíveis que em poucos segundos você vai se assustar. Isso vai contra o próprio conceito de "se assustar". E talvez me espante mais ainda o fato de algumas pessoas realmente se assustarem! Elas estavam prestando atenção no filme de fato? Eu duvido!
Além desse clichê insuportável, eles estragam tudo que poderia ser bom com muita vontade, ao que parece. Falta desenvolvimento e profundidade para a personagem da mãe. Nada nas suas ações é crível. Ela é escrita da maneira mais superficial possível. Assim fica muito difícil comprar algumas atitudes extremas que ela tem no final do filme. A atriz principal também parece perdida e sempre sem saber como reagir a não ser com um olhar de espanto da forma mais óbvia do mundo. Aliás, isso de dá muito pela terrível direção dos atores. O personagem do pai, além de ser um péssimo exemplo de ser humano, é também um ator muito fraco. Seria melhor se ela fosse mãe solteira, afinal, nenhuma das tentativas de deixá-lo relevante foi bem sucedida. A direção do filme não possui vida. Falta voracidade e vontade. Percebemos nitidamente que é um projeto encomendado.
A tal resolução final faria sentido se não caísse do nada por causa de todos esses problemas citados anteriormente. O que era para ser chocante e incomodo só conseguiu tirar um sorriso e negações com a cabeça da minha parte. As duas cenas finais então são de uma cafonice extrema. Desnecessárias. Foram a cereja podre que colocaram no filme. Ah, claro, os diálogos. Expositivos e explicativos em nível didático para crianças de 10 anos de idade. A personagem narra o que está pensando, quando a gente já entendeu vendo a cena. Irritação define. Não existe um motivo plausível sequer para algumas falas serem ditas. Sem contar as já famosas "burrices intencionais para a história andar" da protagonista que dão nos nervos. É um desleixo de personagem que só pode ser justificado pelo desleixo de quem escreveu e dirigiu isso.
Esse review serve muito mais como um desabafo e um pequeno lembrete pessoal de nunca mais cair nas graças de um trailer divertidinho quando já é nítido de que se trata de terror mainstream. Não merece meu dinheiro e muito menos meu tempo. Fazia tempo que não era enganado assim. Espero que dure mais tempo ainda para ser enganado de novo.
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