Dirigido por Tom Ford
O primeiro do Tom Ford. Demorei pra assistir esse. Mas não foi tempo perdido. É um bom filme sim. Dá pra ver que ele criou uma assinatura logo de cara aqui mas que precisava ser muito mais refinada, o que foi feito em Animais Noturnos, seu segundo filme, que é muito melhor. Pegue um Almodóvar e tira a vibe latina, quente, que ele traz e adicione o seu estilo num clima mais frio, britânico, classudo. Dá nisso. Senti uma certa falta de sintonia entre direção e roteiro. Matéria sem substância. A história de um homem decidido a se suicidar após a morte do companheiro de longa data é muito interessante. Acompanhar o último dia de sua vida é uma jogada esperta. Só que falta um pouco de vida (hã hã). A cinematografia e edição, lindas por sinal, ajudam muito nos contrastes e reforçam mais ainda cada cena, cada diálogo, cada mensagem que ele quer passar. Tudo em harmonia. Mas acho que a direção do filme se propõe a contar uma história um pouco mais visceral, com mais força, mais impacto, mais “altos e baixos”, porém fica só na proposta. O que nos entrega são muitos e muitos diálogos bobos que só agregam ao óbvio (fazer ele refletir melhor sobre se matar ou não). Em poucos momentos, como a toda a sequência com a Julianne Moore (excelente como sempre) e o discurso logo no início na sua última aula funcionam bem. Fora isso, a única outro momento de real impacto, o verdadeiro clímax do filme é a última cena, que dá uma virada e pega a gente de surpresa. Um filme com boas metáforas na prática, mas na teoria são simplórias demais. Mas pra um filme de estréia achei ótimo.
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