top of page

🇬🇧 Rocketman (2019) 🌕🌕🌕🌕

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Atualizado: 31 de ago. de 2019


Dirigido por Dexter Fletcher


Se alguém me dissesse ano passado quando saíram as primeiras divulgações do filme, que Rocketman seria tão bom assim, eu nunca teria acreditado. E não é que é um baita de um filme?


Dexter Feltcher conseguiu captar precisamente o que queria: a história de Elton John, com um foco em determinada fase de sua vida, da maneira mais inventiva possível. Ainda que o filme bata nas mesmas teclas que diversos musicais do tipo, ele consegue encher os olhos a cada momento musical que surge em tela. É como se fosse uma mistura de C.R.A.Z.Y. com Across The Universe, um dos meus musicais preferidos.


Entenda antes de assistir que este é, de fato, um musical. Não é uma biografia como Bohemian Rapsody. Por isso a comparação dos dois pode soar meio injusta. Mas não tem como negar que Rocketman tem muito mais coragem para abordar temas espinhosos do que o primeiro. Se no filme sobre Freddie Mercury existe um pudor covarde em mostrar como o astro do rock vivia nos bastidores, aqui a produção vai fundo nas questões de sexualidade e vício em álcool, drogas e sexo que Elton John tinha. Inclusive essa é a base narrativa para o filme, ainda que isso já tenha sido visto anteriormente.


O que deixa o público empolgado com o filme é a forma atemporal que a direção conta essa história. Espertamente, Dexter Fletcher usa do tema para por em prática posicionamentos e movimentos de câmera, transições de cenas e passagens de tempo. A loucura derivada da bebida e da cocaína, vai sendo gradualmente traduzida em narrativa e em técnica. É a direção entendendo o roteiro, e trabalhando a favor dele. As músicas, que por si só já são excelentes, conseguem criar uma vida nova nos números musicais. Algumas com arranjos diferentes das originais e que funcionam a fim de emocionar a platéia. Outras que usam apenas trechos chaves e que narram perfeitamente o que acontece na vida do astro em determinado momento. Ainda que não exista um apego a real cronologia dos fatos, o que é um dos grandes acertos. O filme possui uma unidade fora do real que atinge tanto a fantasia quanto a realidade.


Taron Egerton brilha como Elton John. Ele não apenas imitou um personagem caricato. Percebemos que houve um estudo e um trabalho em cima da figura pop. Não vemos apenas o Elton John espalhafatoso. Enxergamos o lado mais humano e cru desse artista. Os olhares de tristeza, decepção e alegria estão todos aqui. Cenas como ele se olhando no espelho após cheirar uma carreira de cocaína e tentando forçar um sorriso enquanto consegue enxergar que chegou ao fundo do poço, dão uma força extra para o filme. Sem contar também a química perfeita com o também excelente Jamie Bell, fazendo seu melhor amigo e compositor Bernie. Os dois em cena juntos, arrepiam. Especialmente durante os números de Your Song e Goodbye Yellow Brick Road.


Rocketman emociona, empolga, te faz cantar juntos (para quem conhece as músicas) e no fim te faz desejar ser amigo de Elton John. Acho que foi dever cumprido.



8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page