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🇧🇷 As Boas Maneiras (2017) 🌕🌕

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Dirigido por Marco Dutra e Juliana Rojas


As Boas Maneiras é um filme de gênero (alguns gêneros) brasileiro com uma idéia bem interessante por trás. O filme conta com uma fotografia linda e uma paleta de cores super forte e cheia de personalidade. Não tem como reclamar da estética que é talvez o grande acerto. A trilha sonora também vem forte, com algumas poucas bolas foras. Te prende direitinho e cria toda uma atmosfera de “ameaça” ao mesmo tempo que dá o tom de conto de fadas para o filme. Marjorie Estiano está ótima, nos brindando com uma atuação super naturalista. A idéia do roteiro se dividir em duas partes é boa, e em (poucas) partes funciona muito bem no segundo ato. Porém o filme tem alguns problemas que simplesmente não tem como não mencionar. Primeiro, a atriz principal é péssima. Vi muitos elogios para a performance dela mas juro que não enxerguei isso em momento algum. Nas primeiras cenas já senti esse incomodo mas resolvi dar uma chance pra ver onde ela iria chegar. E não chegou a lugar nenhum. Das quatro, uma: ou ela é ruim mesmo, ou a direção dela foi ruim, ou o personagem tinha essa intenção, ou todas as opções. Se a idéia era construir uma mulher mais tímida e retraída, não funcionou mesmo. Só me afastou por achá-la extremamente antipática, robótica, apática e desinteressante. Isso não pode ser problema de personagem, e sim da atriz. Ainda mais em contraste com a Marjorie Estiano, com quem divide metade do filme. Chega ser vergonhosa a diferença entre as duas. Segundo ponto também são os atores mirins que não convencem mesmo e, infelizmente, recebem tempo em cena demais, bem mais do que deveria. Ai que entra o terceiro problema, inclusive. A primeira metade é linda e entrega forte a “vibe” fábula. A segunda metade se sustenta bem nos primeiros 15 minutos. De repente o filme começa a enrolar (e se enrolar) demais. Atitudes descabidas, situações forçadas, personagens sem propósito e uns furos de roteiro que são grotescos (nível pessoas tentando abrir uma porta que na verdade é trancada por fora, onde elas estão). Não tive como não rir nesse momento, que era pra ser sério e impactante. E tudo isso pra nada. Poderiam muito bem ter enxugado o tempo de duração (2h15) do filme em pelo menos uns 40 minutos a menos e ser mais curto e grosso no segundo ato. Ou então focar no que realmente era pra ser o foco, e não o lenga lenga que foi. O quarto e último (?) ponto é o CGI do lobisomem. O trabalho de maquiagem e o animatronic do bebê são de cair o queixo. Meus olhos quase enchiam de lágrimas quando ele surgia na tela. Arrasaram muito. Mas quando resolveram usar CGI pra expor demais o bicho, ai ficou aquém do que deveria ser. Prova maior de que: PAREM DE USAR CGI CACETA! Um Lobisomem Americano Em Londres é todo feito com maquiagem e é super atual e funciona brilhantemente até hoje. Não precisava mesmo, se não tivesse o resultado de uma superprodução hollywoodiana. Filmes de terror, em sua grande maioria, não precisam disso! Existem muitos outros caminhos e truques de direção que poderiam ser tomados se quisessem mostrar as cenas como elas foram feitas. Ai que tá, se tem um orçamento pequeno, seja criativo e faça da melhor maneira possível e não se renda ao mais óbvio sem se preocupar se o resultado vai ser 100% paupável. Tá cheio de ótimos exemplos na história do cinema de horror pra isso. Não aceito essa preguiça, mesmo! No fim, é um filme que tem um potencial incrível e agrada muito na primeira parte com toda a estética. Na segunda metade complica bastante. Sem contar que nos faz desejar que Marjorie Estiano fosse a real protagonista do filme.




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© 2018. Criado por Bruno Santiago.                                                                   "Why are you wearing that stupid man suit?"

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