Dirigido por Gustavo Pizzi
Benzinho poderia ter sido o representante do Brasil no Oscar de 2019, mas acabou não sendo escolhido. Sinto que vai ser a mesma injustiça que rolou com Como Nossos Pais ano passado. Não tão inspirado quanto esse, Benzinho é um filme que se destaca muito pelos atores incríveis. Karine Teles destrói todas as cenas que aparece. É uma atriz pra cinema, graças a deus. Não consigo imaginar ela numa novela. Seu tipo de atuação naturalista é algo que tem que servir de aula pra muitas atores por ai que se arriscam no cinema. E o melhor é que Otávio Muller e Adriana Esteves conseguiram acompanhar esse clima mais real e cru de forma excelente. Os três juntos possuem uma força absurda! Cada um deles tem pelo menos uma cena que emociona o público. As crianças são o alívio cômico do filme e o fazem excelentemente. Ajuda o fato deles serem os filhos reais da atriz, a química não é forçada. Uma das melhores coisas do filme é o menino de 12 anos andando com a tuba dele para tudo que é lado. O roteiro é ótimo, tirando uma coisinha aqui e outra ali, tudo funciona. A história toca num ponto muito atual sem apelar pro lado expositivo. Mostra como a crise no país afeta uma família comum de classe média (?). E não nos poupa de umas críticas sociais bastante pertinentes. Uns pequenos tapas na cara. O preconceito que ainda existe com alguém que luta bastante pra crescer na vida. É muito emocionante ver a personagem da Karina Teles se formando no ensino médio com todo o orgulho do mundo. Lindo mesmo. A direção pode afugentar os mais desavisados, pois tem aqueles momentos mais contemplativos que a galera “velozes e furiosos” não ama muito. Mas eles só servem para ajudar a contar a história. São o respiro que a gente precisa pra acompanhar a vida tão batalhadora que o casal leva. O filme também dá uma pincelada em outros temas como abuso doméstico que poderiam ter mais representatividade na história. Mas entendo que esse não era o foco. Então já vale só uma pitadinha disso. Eu adorei Benzinho. Achei que iria amar. Mas só consigo pensar no porque adorei tanto. Isso sim é filme nacional bom que deveria ter mais espaço por ai.
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