Dirigido por Kogonada
Esse filme chegou perto de concorrer ao Oscar de melhor roteiro original de 2017. Se considerarmos os que chegaram lá, achei justo. O grande trunfo desse aqui é a direção somada a fotografia. O diretor, pelo que pesquisei, é um grande cinéfilo e já dirigiu diversos curtas sobre grandes diretores importantes para o cinema. De Godard à Wes Anderson. Então dá pra sacar que foram anos e anos estudando e se aperfeiçoando para fazer o seu “debut”. Toda a simetria torna cada plano desse filme um quadro. De encher os olhos. Do início ao fim. Algumas tomadas com profundidades infinitas, revelando diversos cômodos de uma mesma locação. Rola quase uma economia de planos. O que deixa a história bastante resumida. Só que o que funciona muito bem na técnica não casa muito bem no roteiro. Falta um pouco de coesão nas motivações dos personagens. Os atores são bons, mas os personagens são construídos de uma forma, no mínimo, estranha. A protagonista é uma menina extremamente chata e unidimensional. Não tem nada a oferecer, diferente do que o filme tenta nos forçar a acreditar. Esperei uma reviravolta dramática no final o filme todo, só porque simplesmente não acreditava que ela era uma boa pessoa ou que tudo aquilo era de fato por uma boa causa. Assim como o papel do seu par romântico, um cara meio perdido, sem a menor vontade de estar ali, mesmo depois que a conhece. Toda a relação dos dois é muito robótica. Um filme com toda a estrutura possível mas sem substância (de verdade).
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