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🇺🇸 Dark Star (1974) 🌕🌕🌕🌕

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Atualizado: 28 de nov. de 2018


Dirigido por John Carpenter


Nunca tinha assistido ao primeiro filme do meu diretor preferido! Como pode isso? E QUE filme que eu tava perdendo!  Dark Star é uma “ficção espacial” de baixíssimo orçamento que começou como um projeto de faculdade do diretor. Então é bastante compreensível a precariedade toda da produção. Mas isso não acaba com as ótimas idéias presentes nesse filme. Inclusive não conseguia não pensar num remake atual desse filme feito por uma parceria Tarantino/Alex Garland. Acho que seria lindo demais!  Apesar do início lento, evidenciando a falta de dinheiro, o filme engrena da metade pro final, com pelo menos dois excelentes momentos de tensão. A cena do elevador é extremamente criativa e serve muito como um ensaio para o que viria a ser uma das marcas do Carpenter na sua filmografia. Não só ele como diversos diretores dessa época (Cronenberg included). Um belíssimo caso de estudo de como construir suspense com poucos recursos e trabalhando elementos criativos de ameaça que fogem do convencional porém são muito simples. A cena tem uns 10 minutos e basicamente conta com um cara pendurado num poço de elevador, com o mesmo subindo e descendo e causando uma sensação de pânico no público, que espera pelo pior a qualquer momento! Genious! E todo o terceiro ato, brilhantemente escrito e bem bolado. Em uma cena temos um clima macabro com um personagem congelado conversando através de ondas cerebrais com outro, tudo isso enquanto determinado tempo de contagem regressiva cria um senso de urgência. Junta isso com um tom cômico pelo estado do homem congelado, meio confuso das idéias. Esses dois sentimentos e sensações são muito bem explorados pelo mestre. Mais um check pro filme! E na terceira cena que fecha o tripé para fazer de Dark Star um filmão, nós somos apresentados à uma solução totalmente baseada em fenomenologia (resumidamente se trata de estudar a essência das coisas e como elas são percebidas no mundo) na conversa seguinte, entre máquina e homem. Ele cria aqui um tipo de Teste de Turing, só que mais cabeça. Uma discussão que está super em alta hoje em dia, em series como Black Mirror, trazendo a pauta da inteligência artificial e introduzindo um auto-reconhecimento filosófico na tal bomba (a máquina em questão). Nenhuma obra hoje em dia, ainda o fez indo “tão” a fundo assim. E o gênio, John Carpenter, fez isso em 1974, em seu primeiro filme! QUÉ DIZÊ! E toda essa seriedade e “complexidade” do filme mesclada com um tom de humor, presente em quase todos os diálogos. As vezes não funciona, mas quando funciona é 100% on point. Os atores são fracos e a gente percebe que são iniciantes e sem muito jeito para frente das câmeras. Mas nada que atrapalhe. Assim como o efeitos especiais, bastante datados, só que não influenciam no resultado final. Inclusive até ajudam a dar um ar “kitsch” pro filme. A trilha sonora também serve como um ensaio para as memoráveis trilhas sempre compostas também pelo diretor.  Um filme que começa devagar e causa leves bocejos e termina numa nota altíssima e que surpreende pelo caminho intenso (tecnicamente e temáticamente) que atinge. Carpenter não erra, nunca! 



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© 2018. Criado por Bruno Santiago.                                                                   "Why are you wearing that stupid man suit?"

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