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🇺🇸 Gloria Bell (2018) 🌕🌕🌕🌕

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Dirigido por Sebastián Lelio


Um remake feito pelo mesmo diretor do original. Isso não é novidade. É uma maneira de ganhar uma notoriedade maior em Hollywood. O lado ruim é que remakes são quase sempre desnecessários. O lado bom é que esta nas mãos certas.


Gloria Bell é um filme leve e descontraído que faz um estudo sobre uma mulher cinquentona solteira e que leva a vida com uma certa necessidade de ser amada e se sentir mais jovem. Nessa busca incessante por pares perfeitos ela acaba se esbarrando com um cara que aparentemente é um ótimo partido. Parece uma comédia romântica mas passa longe disso. O ótimo diretor sabe mostrar essa história banal sob uma perspectiva mais humana. Sebastián Lelio já possui um currículo muito sagaz com ótimos filmes que destrincham o auto conhecimento. Seja em um cenário mais fechado como em Desobediência, que estuda a homossexualidade retraída pela religião, ou em um mundo mais cruel, em Uma Mulher Fantástica, mostrando como a transfobia pode ser nociva para alguém. Em ambos os casos a idéia final é de superação. E em Gloria Bell também.


Gloria é interpretada por Julianne Moore que, como sempre, brilha a cada momento em que aparece na tela. Sua interpretação é muito verdadeira para esse papel. Dá a sensação de que ela passou por aquelas experiências na vida real, tamanha a tranquilidade com que lida com tudo. A personagem é muito bem escrita e passa por um arco delicioso de acompanhar. Toda sua jornada nessa busca por si mesma deixa a gente maravilhado e com um sorrisinho no rosto o tempo inteiro. John Turturro também faz um ótimo papel de um cara extremamente inseguro e imaturo que transmite um charme inexistente depois da página 1. O encontro dos dois é necessário e quase perfeito para a evolução da protagonista.


A trilha sonora é muito boa pois traz perfeitamente o que seria se essa história fosse verdade. As músicas são muito bem escolhidas e retratam bem a paixão dessa mulher pela diversão em si. Gloria não frequenta boates modernas com música eletrônica. Só a vemos em locais para a terceira idade, com pessoas que buscam as mesmas coisas. Existe espaço para envelhecer e querer continuar no clima da noite. O filme praticamente ensina ao público que você não precisa envelhecer sob a visão antiquada de senhorinhas com um xale nos ombros que ficam em casa e preparam bolos para seus netos. Ninguém serve à ninguém. Essas pessoas podem ter suas próprias vidas e continuar por aí, "na ativa". A protagonista é livre e pode viver da maneira que quiser e quando ela percebe isso, é o melhor momento do filme.


Gloria Bell é um respiro e passa uma mensagem de total "good vibes" para quem assiste. Não devemos temer a maioridade. Apesar de não ter grandes inovações técnicas e até mesmo narrativas, e uma ou outra situação mais clichê, inclusive o final catártico dela com o seu caso amoroso, o que fica é uma ótima sensação ao sair do cinema.




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