Dirigido por J.A. Bayona
Que triste que eu fico quando to esperando um filme ótimo, no mínimo, e vejo uma coisa bem capenga dessas. J.A. Bayona conseguiu tirar leite de pedra com um roteiro desses e entregou um filme que, no ruim no ruim, entretem. A começar pelo roteiro que meu deus, quem escreveu isso, e como deixaram isso passar? Os diálogos são muito fracos, expositivos demais, com piadinhas excessivamente mal colocadas. O menino do alívio cômico é a pior coisa nesse sentido. Sem graça até dizer chega. Quanto ao desenrolar da trama, fica difícil. Eles poderiam ir por dois caminhos, ou entregar mais do mesmo, com dinossauros tocando o terror no parque e na floresta, ou tentar inovar e mudar a cara disso, e a única saída é trazer eles para a civilização, coisa que fizeram em Jurassic Park: The Lost World e muitos detestaram. Eu particularmente não vejo problema nisso e acho até legal ver dinossauros foram do seu habitat. O motivo para eles saírem de lá dá até pra engolir. A vibe de ter um grupo de defesa dos direitos dos dinossauros também não me desagrada, até porque se fosse de verdade, não duvido nada que existiriam coisas do tipo. Até aí tudo bem. Mas acho que tentaram incrementar demais essa história que poderia ter sido mais simples. Bem mais simples. Contrabando de animais em extinção é algo que existe no mundo real, não vejo problema nisso. Mas daí fazer um leilão de dinossauros comandado por homens toscamente malvados, é forçar muito a barra. E todos os personagens cruéis, que são escritos como vilões dos antigos filmes do 007, são canastras demais. O conceito de “deus ex machina” foi utilizado aqui de forma super equivocada. Funciona muito bem quando são os dinossauros que aparecem para salvar o dia, até porque isso tá presente desde o original de 1993. Agora, quando seres humanos simplesmente brotam nos lugares mais inusitados e fisicamente incapacitados, temos um problemão. Tentaram encubar uma discussão TOSCA sobre genética com uma personagem aleatória, que pra mim foi a pior parte do filme. Nada envolvendo a garotinha funcionou! Ela simplesmente não precisava existir nesse filme. Esse foi o ápice do excesso do filme. A trilha sonora também parece que acompanhou a tentativa de “rocambolizar” o filme. Botaram até canto gregoriano no meio! Cadê o meu tema clássico?! Fez muita falta! Os efeitos são excelentes. Todas as cenas de ação, não só são muito bem feitas como excelentemente dirigidas. Como eu disse, o diretor salva o filme de ser um desastre completo. Existem uns planos lindos, e emocionantes até, dos dinossauros fugindo, ainda na ilha. Gosto também do final e da forma como devem continuar a história no terceiro (e último?) filme dessa nova trilogia. Mas pelo amor de deus, não tentem criar discussões e elaborar tramas paralelas que só distraem e causam raiva na gente. O foco são os dinossauros! Aprendam. Menos é mais. Assistam o original 30 vezes antes de bolar o próximo roteiro. Se tivesse que dar uma nota, dava um 5, podendo ser um pouco mais baixo se tirar minha boa vontade. Maior decepção do ano so far.
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