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🇺🇸 The Lion King (2019) 🌕🌕🌗

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Atualizado: 17 de ago. de 2019


Dirigido por Jon Favreau


Esse é um filme tão complexo de analisar que fica difícil ser claro nos argumentos. Eu nunca fui fã incondicional da animação, nem lembro a última vez que assisti. Mas o pouco que tenho na memória, tenho certeza que é melhor que essa refilmagem.


Engraçado notar que o grande trunfo da nova versão é ao mesmo tempo o seu maior problema. O hiper realismo afim de ser considerado um "live action" (o que não é, tecnicamente falando, mas ok) é realmente grandioso, e que provavelmente marca o início de uma grande mudança na indústria. Cada tomada, seja de paisagens ou closes nos animais, são hipnotizantes. Fica muito difícil acreditar que não é um documentário do Discovery Channel. Nível vontade de aplaudir no final. Tanto é que a cena inicial foi a única que me emocionou (não a ponto de chorar, mas arrepia e traz lágrimas aos olhos), tamanho espetáculo visual, combinado com a melhor canção do filme, Circle of Life.


Mas ai que entra a questão. Ao invés de elevar o filme à máxima potência em todos os aspectos, essa fidelidade com a realidade trouxe também a falta de conexão com as vozes e interpretações dos atores. Quando na animação você podia brincar com as expressões mais humanas nos animais, e assim conquistar e envolver o público com os personagens, no "live action" você simplesmente não consegue acreditar em nada. Os atores fizeram um ótimo papel de dublagem, sim. Mas fica parecendo que é mais um daqueles programas da BBC que mostram imagens reais de animais em seu habitat natural, com vozes aleatórias por cima, afim de criar uma história.


A cena da morte do Mufasa é esquisitíssima, pois a voz do Simba é nitidamente chorosa, quando o animal não deixa nenhuma lágrima escorrer, nem nada. Você vê um animal olhando para o outro. Essa falta de conexão entre dublagem e reação não funciona em momento algum. O personagem do Zazu, que era para ser muito divertido, só consegue arrancar alguns pequenos sorrisos e nada mais, pois tudo que vemos é um pássaro sendo um pássaro. Timão e Pumba, que são a melhor parte do filme, também sofrem com isso. Você não enxerga nada do que escuta. Eu ria das interações desses dois personagens de alívio cômico, mas se fechasse os olhos talvez achasse mais graça ainda. Essa dissociação não funciona mesmo. Inclusive nos momentos musicais. Os animais mais expressivos do filme são as hienas e o Scar. Só. Em Jungle Book, o mesmo diretor conseguiu colocar algum tipo de emoção nos animais, sem que eles perdessem a realidade imagética. Aqui ele foi um pouco além. Tecnicamente é realmente uma conquista.


A trilha sonora, tanto instrumental quanto as canções, é arrepiante. As músicas funcionam com suas novas versões. O visual é deslumbrante, como já disse. Algumas cenas novas trazem um sentido muito legal para o filme, quase que experimental, em especial uma que explicita o ciclo da vida. O problema está nos personagens apáticos. A idéia de criar uma animação extremamente realista é perfeita, mas talvez não para essa história, que exige um maior apego emocional entre narrativa e público.


O valor nostálgico vai influenciar positivamente para alguns ainda mais combinado com as imagens que definem um novo passo para o cinema. Mas a sensação que dá é que trocaram a emoção da história pela técnica impecável. Vimos algo similar acontecer com Avatar, que trouxe a inovação em cima de uma história clichê e repetitiva. O Rei Leão vale ser assistido para testemunhar o que o cinema está se tornando, só. Se você quer se emocionar com essa linda história de amadurecimento, fiquei com o desenho original.


PS: Por que colocaram "Can You Feel The Love Tonight" e "The Lion Sleeps Tonight" de dia?!



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