Dirigido por Paul Thomas Anderson
Sem palavras. Fui esperando um filme chato e saí deslumbrado. Não consigo pensar em nenhum ponto negativo na verdade. Talvez o ritmo lento, que não se apressa (isso tá longe de ser negativo quando bem feito) pode incomodar algumas pessoas. Nesse aspecto o filme se assemelha ao concorrente, Call Me By Your Name. Todo o tempo do mundo pra gente conhecer os personagens e entender aquela relação, que é BEM equivocada e enche os olhos justamente por isso, pela feiura do romance. O filme traz a tona questões pertinentes e atuais numa história que se passa nos anos 50 (!!), num ambiente super careta, cheio de etiqueta e, porque não, chato. Palmas só por esse ponto. Paul Thomas Anderson domina de forma muito precisa a arte de contar uma história em total sintonia com a técnica. Toda a calmaria das cenas, e o tempo demorado das respostas. Os close ups incomodos. A trilha sonora também ajudando a contar a história, o tempo inteiro. Uma trilha classuda, chique, que não poderia ser diferente. As vezes cansa um pouco por sufocar a questão do silêncio, que deveria estar mais presente no filme. Questão essa que incomoda muito o protagonista, e por domínio de narrativa do diretor, incomoda também o público, com destaque para os barulhos ensurdecedores no café da manhã. Aliás, Daniel Day Lewis fecha a carreira com um dos personagens mais chatos, arrogantes e tóxicos que eu já vi, e o faz de maneira brilhante. Todo o elenco também entrega atuações dignas de reconhecimento. Uma pena que as duas mulheres foram esnobadas pelos prêmios. MUITO diferente de Boogie Nights (um dos meus filmes preferidos), Phantom Thread mostra que Paul Thomas Anderson evoluiu e mudou bastante com os anos. Filmãozaço!
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