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Foto do escritorBruno Santiago

🇺🇸 Private Life (2018) 🌕🌕🌕🌕


Dirigido por Tamara Jenkins


Private Life chegou quietinho na Netflix, sem muito alarde, mas conquistou diversas nomeações em algumas premiações no final do ano. Não é a toa, pois o filme é realmente um respiro no meio de produções meia boca.


Com um roteiro extremamente sensível e acurado, esse filme tem como força total suas duas performances protagonistas. Paul Giamatti e Kathryn Hahn. Sempre foram muito bons mas aqui eles brilham, justamente pelo roteiro jogar a bola para eles nos contarem essa história triste, ainda que escondida debaixo de piadas que quase sempre funcionam. O tema da maternidade/paternidade tardia misturado com dilemas sobre imaturidade vs maturidade, auto-realização profissional vs auto-realização pessoal e algumas alfinetadas na sociedade conservadora fazem desse filme uma boa e inteligente pedida. Um "filme para adulto".


O casal vivido por Giamatti e Hahn está beirando os 50 anos e estão completamente obcecados para terem um filho. A vida os atrasou nesse processo e agora eles tentam de todos os meios possíveis para dar a luz. Quando tudo parece perdido, surge a oportunidade de pegarem os óvulos de alguém e eles escolhem sua sobrinha, uma jovem recém admitida na faculdade e que está aprendendo a viver a vida. Parece leve? Mas não é bem assim!


O humor parece muito com o de Woody Allen (o fato de se passar em New York ajuda bastante nessa ambientação também). E como típico de comédias dramáticas, a cartilha é seguida a risca. Começamos com humor leve e descontraído e conforme os minutos passam, vamos entrando em um território um pouco mais complicado e íntimo. Compreendendo as dificuldades e anseios dos dois protagonistas, o que os levou até onde chegaram, e como eles respondem a tudo isso. Com todas essas informações aparecendo sutilmente em diálogos soltos, porém zero expositivos, percebemos que a máscara da comédia serve para esconder um drama que poderia ser carregado. Nem sempre a diretora/roteirista consegue mesclar bem os dois gêneros, mas quando consegue, acerta em cheio. Vamos de gargalhadas a risadas tímidas passando por sorrisos constrangedores.


Com as duas atuações perfeitamente críveis, o filme consegue trazer toda a nossa atenção à essa história que poderia ser (e deve ser) real para nos jogar em um final que não esperamos (dentre todas as possibilidades) e que satisfatoriamente é insatisfatório, se é que isso faz sentido. Private Life vale a pena as duas horas investidas se você quer uma boa história e ótimas interpretações.





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