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🇺🇸 Ready Player One (2018) 🌕🌕🌕🌕

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Dirigido por Steven Spielberg


Spielberg criou meio que “the ultimate homage” aos anos 80, numa época em que todo mundo anda tentando fazer essa homenagem como pode. Particularmente é minha década preferida do cinema. Toda a cafonice que imperava me atrai absurdamente. Mas em Ready Player One ele mostra tudo que é referência em um só filme. Cada frame do filme tem milhões de personagens famosos. Tenho que assistir mais umas 5 vezes no mínimo pra pegar tudo. Além dessas referências passageiras tem também as que participam da história em si. E pra quem é fã de terror no cinema, tem uns momentos (um em especial que não tem como discutir, melhor homenagem possível) que são indescritíveis. Spielberg comanda também cenas de ação com maestria. Os movimentos de câmera colocam a gente dentro do filme! A cena da corrida é absurdamente perfeita. Não só isso, todas as interações, ações e reações, maneirismos dentro do OASIS são super característicos de games. E o contraste com o mundo real é muito bem elaborado e fotografado. Tem problemas? Obviamente. A trilha sonora que todos falaram muito, me pareceu um pouco óbvia demais, poderiam ter ousado mais. E sim, os diálogos são muitas vezes explicativos e expositivos demais. Não precisa explicar o que estamos vendo. Ou então introduzir conversas entre personagens que já sabem o que estão falando, só para o público entender o que tá acontecendo. Existem outras soluções de roteiro pra não ficar tão bobo e infantil assim.

Mas vejo muita gente falando sobre o desenvolvimento de personagens, que é fraco e coisa e tal. Acho realmente que estamos ficando mal acostumados. Se a gente pegar a evolução do cinema, a inocência presente nos filmes antigamente evoluiu para uma vibe bem mais realista e cotidiana. O que faz total sentido! Acho ótimo quando introduzem personagens com diversas camadas e constroem relações complexas. Sou essa pessoa e amo assistir filmes só de diálogos em um só cenário, por exemplo. “Cinema raiz” né! Só que para exigirmos isso temos de ver qual o material e principalmente qual a intenção do filme. Ready Player One não pretende ser um filme com uma história super rica e personagens complicados. É um filme puramente de ação e aventura. Jogador N°1 nunca quis ser um Blade Runner, um filme sério de ficção/ação com camadas filosóficas por trás (e pela frente também). Aqui é um típico filme de aventura do Spielberg, homenageando um “movimento”, o qual ele mesmo foi um dos co-fundadores. Diversão por diversão. Encher os olhos com a arte do “novo” cinema fantástico (em tema e técnica). Ele traz toda a linguagem, além das referências, do cinema mais inocente dos anos 80. Super válido nos transportarmos para essa época para curtir esse filme. Creio que temos espaço pra tudo no cinema, e não temos que lançar grandes questões em todos os filmes que são produzidos. Até porque convenhamos, Os Vingadores não estão aqui pra fazer a gente pensar. Dentro do que se propõe, Ready Player One tem personagens redondos e minimamente (suficientemente) desenvolvidos. Junto com Super 8 (2011) e Tron: Legacy (2010), pra mim, são os três grandes filmes de estúdio que melhor trazem o cinema “mais puro” de volta, para a nossa tecnologia atual. Amei e quero ver de novo!




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