Uma serie com poucos altos, maioria no meio do caminho e poucos baixos. Seguindo a linha de Black Mirror, cada episódio é isolado do outro. 12 episódios de 25 min cada, rapidinho. Histórias diferentes, atores diferentes, diretores diferente e aqui até gêneros diferentes. O que linka todos os episódios é única e exclusivamente o tal Quarto 104 do título. Um quartinho bem simples e comum de motel de beira de estrada dos EUA. É inegável como eles mandam bem na variedade de histórias que podem ocorrer dentro de um mesmo ambiente. E mesmo que alguns episódios sejam ruins, não dá para negar que são BASTANTE criativos. As histórias te levam para lugares inesperados e algumas com uns “twists” no mínimo originais. Infelizmente a serie passou desapercebida por aqui, mas ainda bem que já confirmaram uma segunda temporada! Dá pra traçar um paralelo com a clássica The Twilight Zone. Difícil uma serie tão variada, no seu formato, narrativas e temas acertar 100%. Nem Black Mirror consegue. Mas vale sim uma olhada, como uma diversão despretensiosa. Abaixo vão sinopses resumidíssimas pra instigar a investida e leves pitacos dos episódios, por ordem de preferência (minha, obviamente):
1 - My Love (12º episódio) Dirigido por Marta Cunningham
Um casal de velhinhos volta ao quarto onde passaram a sua primeira noite juntos.
Chorei igual um bebê nos minutos finais até acabarem os créditos. Que coisa triste/linda. Me pegou de jeito e sem dúvidas é o melhor!
2 - The Missionaries (07º episódio) Dirigido por Megan Griffiths
Dois jovens rapazes mórmons revêem suas crenças.
Divertitissimo e ao mesmo tempo toca em pontos que podem gerar reflexão, mesmo que superficialmente.
3 - The Internet (05º episódio) Dirigido por Doug Emmett
1997. Um jovem indiano tenta ensinar sua mãe pelo telefone a mandar um arquivo importantíssimo por email.
Agonizante, engraçado e com uma virada super dramática no final. Surpreendente em todos os níveis.
4 - Red Tent (10º episódio) Dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck
Dois garotos tramam um atentado político quando o técnico do ar condicionado os interrompe.
O episódio tenta gerar uma tensão crescente mas não acerta 100% do tempo. Mas funciona num geral.
5 - Pizza Boy (2º episódio) Dirigido por Patrick Brice
O entregador de pizza se mete no meio de um casal sexualmente “excêntrico”.
Meio bobo mas te deixa preso o episódio todo querendo saber no que vai dar a confusão toda.
6 - Boris (09º episódio) Dirigido por Chad Hartigan
Um tenista croata em decadência se abre com uma faxineira mexicana e um laço se forma.
Mesmo que não aprofundem mais a história (até pelo tempo que é curto) esse episódio tem uma história bem sensível e fofa. Um exercíciozinho de empatia, o que é sempre válido.
7 - Voyeurs (06º episódio) Dirigido por Dayna Hanson
Uma faxineira curiosa se conecta com uma mulher através de vestígios deixados para trás.
O mais abstrato de todos. É quase que um balé, sem falas, mas bastante inventivo e com um final dúbio que funciona legal. Muitos podem achar bem chato. Eu fiquei entretido, é bonito de ver.
8 - The Knockadoo (3º episódio) Dirigido por Sarah Adina Smith
Uma mulher buscando salvação em um culto religioso é visitada por um pastor para um ritual.
Estranho e meio sem nexo. Até que pode intrigar mas não passa muito disso. A última cena é legal pra quem curte uma vibe meio terror.
9 - Phoenix (08º episódio) Dirigido por Ross Partridge / Ralphie (1º episódio) Dirigido por Sarah Adina Smith
Phoenix se passa em 1969 onde a única sobrevivente de uma queda de avião tem dúvidas de que vida levar pós acidente. E Ralphie conta a história de uma babá contratada para cuidar de um menino fofo que diz que seu irmão gêmeo psicopata está dentro do banheiro.
Os dois episódios tem boas intenções e são criativos na premissa. Mas para por ai. Ambos são extremamente previsíveis e se perdem em clichês sem graça. Uma pena.
10 - The Fight (11º episódio) Dirigido por Megan Griffiths
Duas lutadoras de MMA resolvem tomar medidas drásticas para receber mais no grande torneio do dia seguinte.
De novo, criativo e pertinente para a nossa realidade, só que chato a beça. Dá sono. A montagem da narrativa desconstruída é interessante apenas.
11 - I Knew You Weren’t Dead (4º episódio) Dirigido por So Yong Kim
Um homem pede conselhos de relacionamento para um amigo.
Não dá nem pra contar muito, mesmo que nos primeiros minutos você já saiba o que vai acontecer. E a “surpresa” é mais manjada que sei lá o que. O único episódio RUIM de fato. Nada salva esse aqui.
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