Dirigido por Jon Turteltaub
The Meg não consegue ser o que se propõe nem atinge o máximo do potencial do que realmente é. Ao longo do filme somos apresentados a diálogos péssimos, cafonas e canastras, perfeitamente de encontro com o que o filme é de fato, mas com dois agravantes. O roteiro tenta criar uma trama rocambolesca demais acreditando piamente que convence na emoção e nas relações apáticas e exageradas entre os personagens. Deep Blue Sea (1999) fez isso muito melhor. “Pesquisadores enfrentando tubarões num complexo submarino”. No meio tínhamos uma mulher com trauma de ter visto o marido morrer por um tubarão e um casal de protagonistas que flerta e se alfineta. Pronto. Só isso que a gente precisa nesse tipo de filme. Megatubarão cria diversas subtramas que não servem pra nada e só causam irritação devida a tamanha artificialidade. Não convenceu tacar uma ex mulher que mal aparece no filme. Não convenceu o drama de um cara escrevendo uma carta para a mulher caso não sobreviva e seu ato heróico logo nos primeiros 15 minutos do filme. Não convenceu a birrinha entre o Jason Statham e o médico com aquele background tosco e sem sal do início. Não me convenceu a relação de pai e filha entre os asiáticos. Nada disso precisava estar ali. Tentaram humanizar os personagens criando laços desnecessários. O foco tinha que ser na personalidade de cada um e mostrar mais o bichão pra quem todo mundo pagou pra assistir. O outro ponto é: dê um texto ruim à bons atores e eles irão “brilhar”, mas dê um texto ruim à péssimos atores e você será torturado. Deep Blue Sea, novamente, tem atores bons e medianos que souberam direitinho trabalhar a sua canastrice com um roteiro meia boca. Megatubarão possui diálogos que, não só exageram na ruindade mas os atores são tão, mas tão ruins que chega a dar muita vergonha alheia. Destaque super negativo para a mulher principal. Me peguei gargalhando no cinema com cada fala ou ação que ela fazia. O que aconteceu nesse casting pelo amor de Deus?! O negro que faz alívio cômico com piadinhas pra lá de manjadas. A mulher que parece um personagem de video game que até agora estou com isso na cabeça. O valho asiático. Todos muito ruins! Só funciona mesmo o personagem do Statham, canastra na medida certa. Quanto ao filme em si, O primeiro, segundo e terceiro ato são bem divididos. A primeira parte é um desastre total. A segunda melhora exponencialmente com uma homenagem escancarada a Jaws (1975) do Spielberg. Diverte e te empolga para o que vem a seguir. Aí vem o terceiro ato que entrega o melhor momento do filme, numa praia lotada de banhistas. Só que aí o filme volta a pisar na bola porque explora muito pouco esse momento e volta para o embate envolvendo outro barco e umas cenas subaquáticas não tão interessantes, e que já tínhamos meio que visto antes. Ou seja, quando tava tomando fôlego, o filme joga tudo pro alto no finalzinho. Parece que economizaram nas cenas com o tubarão, não compreendendo o que estavam fazendo. Esse filme não era pra ser sério e sim uma diversão escapista com um tubarão gigante atacando todo mundo. Pg-13 foi um grande erro. Tinham que ter aprendido com Piranha 3D (a afirmação choca, eu sei, mas é bem isso mesmo). Megatubarão começa PÉSSIMO, fica bom, depois fica ótimo, mas arrega e não mostra o tanto que deveria.
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