Dirigido por Jason Reitman
Tully é um filme super realista que nos mostra o outro lado da moeda. Não tem glamourização de maternidade aqui. Mas também não é um filme que joga pro lado negativo da coisa. Com uma sensibilidade incrível, Diablo Cody arrasa mais uma vez com um roteiro a altura (na minha opinião, melhor ainda) de Juno. Mesmo com um plot twist que da pra adivinhar antes de acontecer, o filme consegue te emocionar na medida certa. Usam essa virada, que por si só já é algo clichê e ninguém aguenta mais, de uma forma inteligente. O foco não é a “pegadinha” e sim a mensagem que a “pegadinha” passa. E isso é um super acerto! A aceitação e compreensão de que a vida muda e quando optamos por algumas dessas mudanças, temos que muitas vezes, também, mudar nossa postura. Mas ao mesmo tempo o nosso lado jovem e imaturo quer gritar mais alto. “É a idade chegando”. A montagem e a direção se mostram muito criativas, sem exagerar em estilo, o que poderia apagar o foco da história em si. Algumas opções muito bacanas, como por exemplo quando as duas “protagonistas” estão dirigindo pra cidade a noite, ao invés de usar uma musica nostálgica e mostrar o caminho delas, a cada corte de cena entram novas musicas, o que amplia muito a noção de passagem de tempo e tornam a cena mais paupável. Assim como a ideia de edição do momento em que vemos Marlo (Charlize Theron) saturada e extremamente cansada de cuidar do recém nascido e o quão exaustivo é. É fácil se colocar no lugar dela nesse momento com essa montagem de cenas. Charlize Theron tá arrasando aqui. Acho que ela faz melhor em filmes menores e mais íntimos. As crianças também merecem um destaque pois estão super bem. Mais um filminho pequeno, real e atual. Vale muito a pena!
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