Dirigido por Shane Carruth
Upstream Color é do mesmo cara que fez Primer, filme esse sobre viagem no tempo, que é um dos mais complexos de se compreender, mas quando você entende, vê que tá tudo amarradinho! Em seu segundo filme as coisas não são tão pé no chão assim. Existe um fio condutor, porém muito solto, com coisas mais abertas a liberdade poética. O que não me incomoda quando temos uma história fantasiosa que praticamente funciona como uma grande metáfora, no estilo Mother! de ser. Basicamente fala sobre o ciclo da vida e as conexões que nós temos com animais, plantas e tudo. Uma coisa gera a outra que gera a uma coisa. A edição rápida e precisa ajuda muito o filme a não cair no tédio. Pode-se terminar a sessão não entendendo muita coisa mas a sua atenção fica sempre presa durante toda a obra (de arte sim). Todo o estranhamento presente em absolutamente todos os elementos que formam o filme (inclusive Shane Carruth é não só o diretor como também roteirista, editor, cinegrafista e responsável pela trilha sonora) o tornam em um exemplo perfeito do que é um “artsy movie”. Aliás, o diretor já tem no currículo dois filmes que trazem discussões a mesa e fazem nossa cabeça dar uma leve explodida. Eu amo isso! Se assemelha muito ao que Brit Marling faz por aí, só que bem mais intenso. Esses dois filmes independentes trouxeram fama pra esse cara, que já tem na manga o próximo filme com um elenco pesado (Jeff Goldblum, Anne Hathaway, Tom Holland, Keanu Reeves e Daniel Radcliffe, apenas). Vida longa a Shane Carruth!!
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