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🇳🇴 Utøya: July 22 (2018) 🌕🌕🌕🌕

Foto do escritor: Bruno SantiagoBruno Santiago

Dirigido por Erik Poppe


Saiu um filme do Paul Greengrass na Netflix esses dias sobre o mesmo assunto. Só que as abordagens são bem diferentes. O da Netflix tem 2h e pouca de duração e é filmado como um filme convencional. Acho até que parte dele segue a linha filme de tribunal. Mas esse aqui trata de te teletransportar para o que deve ter sido esse inferno.


Em 22 de julho de 2011 aconteceu um ataque de um extremista de direita na ilha de Utøya, na Noruega, onde estava acontecendo um acampamento para jovens de uma universidade promovido pelo Partido Trabalhista Norueguês. Ele assassinou 69 jovens. O filme tenta recriar o que aconteceu e segue a linha de filmes como Vôo 99. Mas de maneira genial ele o faz através de um plano sequência durante 72 minutos, tempo que durou o ataque na vida real.


Planos sequência servem para potencializar os sentimentos de quem assiste a cena e assim aumentam a imersão na história. Aqui não apenas ele faz uso dessa técnica como também coloca a câmera, e nós por consequência, como sendo uma daquelas pessoas. A câmera se joga no chão junto com os personagens, olha de um lado para o outro quando escuta algum barulho, se esconde e observa através de frestas de plantas. Nunca temos uma visão geograficamente privilegiada. Somos só nós e a protagonista. Tudo isso é feito de forma impecável e sem nenhuma dúvida, incomoda. Muito. Nos primeiros minutos em que começa o ataque eu já me senti sufocado fisicamente e lágrimas subiram, tamanho o senso de empatia pelo desespero que esses jovens devem ter sofrido. Missão cumprida já nos primeiros 15 minutos. Agora é só se segurar na cadeira e suar frio a cada segundo. O filme é tenso e intenso mas tem os seus momentos “parados” (alguns vão dizer, eu não), porém super plausíveis. Afinal de contas estão retratando um caso real e devem ser o mais realistas possível. Não é um filme de ação.


Existem leves excessos cinematográficos e forçadamente emotivos. Mas com atuações convincentes, uma câmera nervosa na mão, um plot fictício espertamente construído para nos ajudar a navegar pela ilha com justificativa, Utøya - 22 de Julho consegue nos fazer sentir o que ninguém deveria sentir e com apenas uma frase no final joga uma discussão que tem que ser feita PARA ONTEM no mundo e principalmente no Brasil de 2019. Desce seco e quadrado.


PRECISA SER VISTO.



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