Dirigido por Paul Dano
Considero esse um filme de ator. Talvez isso tenha sido transparecido pelo fato do ator Paul Dano estrear na direção aqui.
Ele não cria muito em termos de movimentos de câmera nem nada. É tudo bem estático, bem parado. A fotografia é pastel o filme todo. Tudo muito pacífico e sem vida.
Talvez o lado negativo do filme seja justamente esse. Falta algum tipo de voracidade. Mas também não acho que seja a idéia inicial. Acompanhamos a história dessa família em um lugar sem alma contrastando com o fato dos três personagens centrais terem muito a dizer. Eles querem se impor. O filme trata de machismo quase que sutilmente. E fala dessa liberdade repentina de uma mulher independente que se vê completamente perdida quando sai desse mundo imposto à ela e cai na vida real, e o pior, com muitas responsabilidades nas costas (um filho para criar já é um baita de um peso).
Carey Mulligan e Jake Gyllenhaal arrasam! Jake sempre entrega muita vontade nos seus papéis. Não é a toa que é um dos meus atores preferidos da atualidade. Agora, nunca tinha visto ela tão boa assim em um filme. Passa uma verdade muito crua. Mas para mim o destaque ficou para o menino. Que ator mirim excelente! As cenas que ele presencia a mãe em momentos íntimos são muito desconfortáveis, não só para o personagem quanto para o público. Fiquei incomodado ao ver a sua reação. Mérito dele. A forma como ele monta esse menino retraído e que não consegue por nada se manifestar ou falar o que sente. Ele está sempre engasgado. Sufocante! E claro, mérito também do roteiro que constrói bem esse clima desolador e sem esperança, do início ao fim do filme.
Outro filmaço de estreia de ator na direção. Que venham mais grandes atores fazendo grandes filme assim. Estamos precisando.
Comentários